Pelourinho na luta pela revitalização

Postado por Luisa Talento , 10 de dez. de 2010

Ainda da série  sobre a revitalização do Centro Histórico, divulgada pelo Jornal A tarde.
 A importância histórica, cultural e econômica do Centro Antigo de Salvador,  além dos acertos, erros e desafios para a sua conservação e  administração é tema dessa série de reportagens
Casas onde moram famílias, lojas que vendem de artesanato a joias de luxo, igrejas, prédios públicos e militares. No Centro Histórico de Salvador,  espaço compreendido entre as imediações de São Bento e Santo Antonio Além do Carmo, impera a diversidade de usos das edificações. Com o passar dos anos, entretanto, surge uma necessidade comum a todos estes imóveis, ainda que de usos distintos: preservação.
Elevado ao status de Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em dezembro de 1985, o Centro Histórico abriga construções de grande relevância para a cidade, como o Elevador Lacerda,  a Igreja de Santo Antonio Além do Carmo e a Faculdade de Medicina da Bahia, no Terreiro de Jesus. A importância da última está relacionada ao seu pioneirismo: foi ela a primeira escola de Medicina do país.
Para Carlos Amorim, superintendente estadual do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o núcleo do Centro Histórico nunca passou por tantas restaurações como  agora. “Do ponto de vista físico, as construções estão íntegras. Além disso, estão sendo feitas diversas restaurações, como a da Catedral Basílica, a da Igreja São Pedro dos Clérigos e a da Igreja da Nossa Senhora do Rosário dos Pretos”, afirma.
Segundo Amorim, as áreas mais críticas do Centro Histórico se encontram exatamente na Conceição da Praia e na encosta do Comércio. “Ali, há um processo de degradação que já dura 50 anos”, revela. Ele conta que o Iphan atualmente está realizando o escoramento desses casarões com recursos municipais (R$  6 milhões) e do próprio órgão (R$ 2 milhões, originalmente destinados ao restauro de imóveis). “É para que se evitem as tragédias”, diz.
Para o superintendente, falta à população o reconhecimento da importância de o Centro Histórico ser Patrimônio Cultural da Humanidade. “Salvador não é destino turístico apenas porque aqui tem boa comida, festas e povo hospitaleiro, mas também pela riqueza arquitetônica das construções que datam dos séculos XVII e XVIII”.
Pequenos cuidados - O subprefeito do Pelourinho, José Augusto Leal, concorda com a afirmação de Amorim sobre as construções do local. “No Pelourinho, que é compreendido entre o Terreiro de Jesus e o Santo Antonio Além do Carmo, não há imóveis com risco de desabamento ou invasão”, conta. Segundo ele,  as edificações precisam apenas de pequenos cuidados, como pintura e consertos nos telhados.
Clarindo Silva, proprietário da Cantina da Lua, um dos mais tradicionais estabelecimentos da região, se preocupa com a preservação das edificações do lugar. “Nosso clamor maior é pela melhoria do centro da cidade. As três últimas etapas da revitalização precisam ser aceleradas. Costumo sempre dizer que o povo aqui não preserva o passado, não vive o presente e assim não vai nunca construir um grande futuro”, afirma.

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